Talita Cavallaro Pires de Camarg Talita Cavallaro Pires de Camarg

A Busca por uma educação verdadeiramente inclusiva

Por Thais Lima - Mestre em Gestão Educacional

Por Thais Lima - Mestre em Gestão Educacional

Há pouco mais de trinta anos, vivenciamos a educação em várias dimensões, desde preparar a escola em seu aspecto físico: escolher as cores das paredes, das carteiras, distribuir bebedouros, áreas verdes, portas e janelas, brinquedos, equipamentos e etc., até seu funcionamento orgânico: pessoas, atividades, eventos, projetos, conversas, orientações, reuniões, estudos, conflitos, encontros, aulas e etc.. 

A cada dia aprendemos muito com a diversidade de situações que se colocam diante de nós e também com nossos alunos, familiares e equipe. Diariamente exercitamos nossa observação e nossas ações com o objetivo de a cada dia colocar em prática o que definimos como nossas: missão, visão e valores. São elas:

Missão: Educar com qualidade, acolhimento e segurança.

Visão: Ser referência em ensino de qualidade, contribuindo para a formação de cidadãos dotados de senso crítico e socialmente responsáveis.

Valores: Ética, respeito ao próximo, valorização de nossos colaboradores e alunos.

Entre alguns de nossos objetivos, está a busca por uma verdadeira educação inclusiva, que começa pela aceitação de alguns conceitos, que para nós são verdades importantes, iniciando por: todos nós somos diferentes. Reconhecer essa diversidade é o primeiro passo para a construção de um ambiente educacional que acolha a todos. A inclusão não se resume a abrir as portas das escolas para estudantes neuroatípicos, mas envolve a criação de um espaço onde cada indivíduo, com suas singularidades, possa se sentir pertencente e valorizado.

Todos os envolvidos no processo educativo merecem ser incluídos: educadores, famílias e estudantes. Os educadores são peças-chave nesse processo, pois são responsáveis por adaptar suas práticas pedagógicas e criar estratégias que atendam às necessidades de cada aluno. 

As famílias, por sua vez, desempenham um papel fundamental no apoio e na colaboração com a escola, contribuindo para o desenvolvimento integral dos estudantes. E, claro, os estudantes, que devem ser os protagonistas do seu próprio aprendizado, recebendo o suporte necessário para superar seus desafios e explorar suas potencialidades.

É essencial compreender que, devido às nossas diferenças, nossas formas de avaliar o processo  também variam, e por isso, é importante observar e exercitar a empatia para perceber que todos estão se esforçando e dando seu melhor. O que pode ser um grande avanço para um pode não ter o mesmo significado para outro, e isso deve ser respeitado e valorizado. Cada conquista, por menor que possa parecer, é fruto de muito esforço e dedicação de todas as partes envolvidas.

A inclusão é uma situação complexa e relativamente recente no contexto educacional, portanto, é crucial que todos os atores do processo educativo: famílias, estudantes e equipe escolar, exerçam empatia e paciência. Compreender que estamos todos aprendendo a lidar com essa nova realidade é fundamental para o sucesso da educação inclusiva. A empatia permite que nos coloquemos no lugar do outro, entendendo suas dificuldades e desafios, enquanto a paciência nos ajuda a enfrentar os obstáculos com serenidade e perseverança.

O trabalho em parceria é fundamental nesse processo. A educação inclusiva não é responsabilidade exclusiva de um ou outro grupo, mas de um esforço coletivo, construído em conjunto. É necessário que educadores, famílias, especialistas e a comunidade trabalhem de mãos dadas, trocando conhecimentos e experiências, para criar um ambiente de aprendizado verdadeiramente inclusivo. A colaboração entre todos esses agentes facilita a identificação de necessidades específicas e a implementação de estratégias que realmente funcionem.

A educação inclusiva exige aceitação das diferenças, reconhecimento do esforço de todos os envolvidos, empatia, paciência e um forte trabalho em parceria. Só assim poderemos construir uma escola que não apenas acolha, mas que valorize e potencialize a diversidade, proporcionando um desenvolvimento integral e equitativo para todos os estudantes.

Deste processo de aprendizagem e inclusão verdadeira fazem parte inúmeras ações planejadas e realizadas ao longo de toda nossa história. 

Neste ano de 2024 já realizamos vários estudos sobre: propostas pedagógicas, adaptações curriculares e de atividades, programa sócio emocional, estudos sobre desenvolvimento infantil e diversidade. Atualmente estamos realizando junto a nossa equipe de colaboradores um curso de introdução à educação inclusiva, com encontros aos sábados e temas como: neurodiversidade, TEA, ABA, entre outros. 

Acreditamos e vivenciamos uma comunidade escolar que estuda, aprende e ensina em conjunto, compartilhando suas dificuldades e conquistas em busca de uma educação verdadeiramente inclusiva.


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O Brincar na Educação Infantil

Por Prof. Gabriela Coelho - Educação Infantil

Por Prof. Gabriela Coelho - Educação Infantil

Se eu te perguntar quais as melhores lembranças de sua infância, o que você me diria? Eu com certeza te contaria das tardes andando de bicicleta com as primas no interior e de como ralei o joelho em uma das ocasiões. Ou das tardes brincando de cozinhar e alimentar as bonecas juntamente com a minha irmã. São memórias preciosas que nos marcaram e que fizeram quem somos hoje. A verdade é que as nossas memórias de infância estarão sempre entrelaçadas ao brincar, pois ele faz parte da nossa construção enquanto seres humanos.

“As crianças de hoje em dia já não brincam como antigamente!” ou “Na minha época, nós éramos felizes de verdade e podíamos brincar na rua!”, você já ouviu alguém dizer essas frases? Você já disse alguma delas ou frases semelhantes? Já se perguntou o porquê das crianças não brincarem mais como antigamente? A verdade é que o mundo digitalizado, agitado e por vezes impaciente dos adultos engoliu o mundo das crianças. Muitas das brincadeiras passadas de pais para filhos, por gerações, estão se perdendo devido ao pouco contato das crianças de hoje com as crianças que fomos, com a pouca segurança que temos nas ruas, com as telas e seus excessos.

Como então podemos resgatar a cultura do brincar? Como pensar nas infâncias mais livres, significativas e fazedoras de cultura? Não há possibilidade de desassociar a infância da brincadeira. Enquanto educadores, nós da Família Helios valorizamos em nossa escola uma Educação Infantil brincante, nos colocamos como promotores de um brincar livre e valorizamos a criança como protagonista de seus aprendizados. 

Jean Piaget, biólogo e estudioso da infância, em sua teoria do desenvolvimento cognitivo destacou a importância do brincar para a construção de habilidades cognitivas, sociais e emocionais. É através dos jogos e brincadeiras que as crianças absorvem o mundo ao seu redor. Portanto, a brincadeira tem um papel além da distração e do lazer, pois é através do brincar que a criança aprende. Em suas observações, a educadora italiana Maria Montessori notou que as crianças são motivadas e gratificadas através do brincar, e destaca que o brincar é o trabalho da criança. Montessori nos confirma que o brincar está além do lazer, o brincar é fundamental para o desenvolvimento e aprendizado infantil. Assim como Piaget e Montessori, vemos Loris Malaguzzi, educador italiano e fundador da abordagem Reggio Emilia dizer que a criança é protagonista do seu próprio aprendizado e para ele o brincar é considerado uma forma de expressão e exploração.

Baseado em Reggio Emilia, buscamos proporcionar momentos de brincar livre para a educação infantil, pois brincar livremente permite buscar suas próprias experiências de aprendizado, valorizando o que parte da própria criança, da sua curiosidade nata e não é direcionado por um adulto. Você deve estar se perguntando, qual é o papel do professor, então? O professor é facilitador do brincar, responsável por proporcionar um ambiente rico e convidativo para as crianças. Ele é pesquisador, buscando sempre novas ideias a fim de melhorar as experiências de sua turma, é colaborador, envolvendo as crianças com perguntas e conversas que instiguem ainda mais a curiosidade, pesquisa e exploração.

O ambiente, espaço onde ocorre o brincar, deve ser preparado, e o professor é o responsável por esta atividade. Um ambiente rico em aprendizagens e exploração deve ir além dos brinquedos convencionais, pois estes brinquedos muitas vezes já ditam o como se deve brincar. Por exemplo, ao pegar uma boneca, uma menina logo finge ser a mamãe e começa os cuidados com ela, a boneca então passa a ser limitada em instigar a criatividade das crianças, porém se oferecermos materiais não estruturados, como um carretel, ele pode tornar-se torre se empilhado, trem se arrastado por cima de blocos de madeira, se envolto em pequenos pedaços de tecido, vira uma boneca, se colocado sob os olhos atentos de uma criança, vira binóculo ou luneta, se sobre a boca, microfone ou alto falante. Os materiais não estruturados são aqueles que não têm um propósito específico ou uma maneira certa de serem usados, o que permite que as crianças brinquem de várias maneiras e usem sua imaginação para dar significado.

E você, consegue se lembrar de algum tipo de material que se transformou em algo significativo? Já fez aquele galho no meio do caminho de bengala ou espada, ou usou pedrinhas para criar formas e inventar objetos e animais? Observou os desenhos no azulejo enquanto tomava aquele banho demorado de criança e descobriu uma porção de rostos diferentes? Já fez sacola de pipa, ou amarrou várias blusas de frio juntas para virar uma boneca? Usou materiais recicláveis para criar carrinhos, aviões ou até mesmo bonecos?

É este tipo de infância que propomos para nossas crianças através do brincar, do brincar livre e do brincar com materiais não estruturados. A infância o qual você foi exposto pela simplicidade dos tempos antigos e que nós, enquanto escola, buscamos resgatar.


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Sistema de avaliação

Por Bruna Karine - Prof. de Matemática

Por Bruna Karine - Professora de Matemática

“Sou eu que vou seguir você

Do primeiro rabisco até o bê-a-bá

Em todos os desenhos

Coloridos vou estar

A casa, a montanha, duas nuvens no céu

E um sol a sorrir no papel”

(O Caderno - Toquinho)

A parte fundamental do processo educacional é, sem dúvida, a avaliação, pois, através dela, estudantes e professores compreendem o progresso do aprendizado. Porém, é essencial reconhecer que os estudantes não devem ser avaliados apenas numa perspectiva conceitual, é importante considerarmos todas as suas habilidades, dificuldades e necessidades individuais.

O nosso sistema de avaliação reconhece a importância de enxergar nossos estudantes por um ângulo de 360°, pois não os avaliamos apenas em seu conhecimento teórico, mas também em sua capacidade de aplicar esse conhecimento em diferentes contextos, bem como em suas habilidades sociais, emocionais e práticas. 

Ao avaliar um estudante em matemática, por exemplo, não devemos nos limitar apenas a testes dissertativos, mas também considerar sua capacidade de resolver problemas do dia a dia, trabalhar em equipe e comunicar suas ideias de forma clara. 

Além disso, é importante considerar as necessidades individuais dos estudantes, incluindo aqueles com habilidades diferentes, déficits ou dificuldades de aprendizagem. Por isso, fornecer adaptações e suporte adicionais durante o processo de avaliação garante que todos os estudantes tenham a oportunidade de demonstrar seu verdadeiro potencial.

Através da avaliação inclusiva e assertiva, podemos garantir que os estudantes sejam avaliados de forma justa e abrangente, levando em consideração toda sua esfera de habilidades, dificuldades e necessidades.

Aqui no Colégio Helios, honramos a grandeza que há em cada um de nossos alunos. Por isso, nosso sistema de avaliação não apenas promove uma cultura de equidade e inclusão na educação, mas também ajuda os estudantes a se desenvolverem de forma integral como indivíduos e cidadãos preparados para enfrentar os desafios do mundo real.


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