Bullying: Conscientização e Transformação no Colégio
Por Débora Silva, Juliana Lima e Daniela Magno
Por Juliana Lima Roggerio - Advogada e Vice-diretora Administrativa, Débora Silva - Prof. de Espanhol e do Programa Socioemocional “Líder em Mim” e Daniela Magno - Vice-Diretora Pedagógica
Na semana em que se celebra o Dia Mundial do Combate ao Bullying, compartilhamos com vocês um pouco do nosso projeto de combate e prevenção a este fenômeno, que ganhou grande relevância em âmbito nacional, com a promulgação da Lei 13.185/2015, que o definiu como: “intimidação sistemática (bullying) todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo que ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas”.
Além da mencionada Lei, que destacou a importância do tratamento do tema no ambiente escolar, o tema se tornou ainda mais relevante tendo em vista a sua criminalização pela Lei 14.811/2024, que incluiu a conduta como figura tipificada no Código Penal.
Neste contexto, a escola desempenha um papel fundamental na formação do caráter e do desenvolvimento social das crianças e adolescentes. Por esta razão, desenvolvemos um projeto com os alunos do Ensino Fundamental II e Ensino Médio, com o objetivo de ajudar nossos estudantes a entender a gravidade da prática do bullying, os problemas, os efeitos psicológicos e consequências legais que ele pode causar, além de demonstrar formas de evitar e combatê-lo, com boas práticas, promovendo autoaceitação e o respeito com o próximo.
A intenção é que tanto os alunos, quanto professores e colaboradores, tomem consciência do que é a prática de bullying e de como ele pode afetar as vítimas. Com isso, tornamos o ambiente escolar mais empático e acolhedor, onde esses tipos de comportamentos são identificados e combatidos.
O Projeto está em curso e, ao longo de várias semanas, desenvolvemos diversas atividades relacionadas ao tema, inclusive com a presença de profissionais da área jurídica e da psicologia, para conversar com os alunos sobre bullying e seus impactos.
Falamos sobre as diferentes formas de bullying, como físico, verbal, social e cibernético (cyberbullying), demonstrando que a intimidação sistemática pode acontecer de várias formas. Os alunos assistiram a vídeos, participaram de rodas de conversas, com a exposição de suas ideias com cartazes e outras formas de divulgação, expondo sua compreensão sobre o tema, conscientizando-se sobre a sua gravidade, formas de prevenção e combate.
Além disso, trabalhamos com esse projeto habilidades importantes como empatia, resolução de conflitos e controle emocional. Essas competências são essenciais para que os alunos aprendam a lidar de maneira positiva com as diferenças e com as frustrações, desenvolvendo assim as competências socioemocionais.
No aspecto psicológico, traremos uma psicóloga que tratará sobre suas causas e efeitos psicológicos, que impactam tanto a vítima como o agressor, e de que forma o cuidado com a nossa saúde mental pode contribuir para a prevenção e combate a essa conduta. A advogada Dra. Juliana Lima Roggerio explicou para os alunos que bullying é crime, e, como tal, pode implicar em consequências legais para o infrator, mesmo em se tratando de crianças e adolescentes.
Buscamos construir junto com nossos alunos a compreensão de que atitudes positivas ajudam a prevenir e combater o bullying, mostrando como a bondade e o respeito mudam o ambiente escolar. Além disso, buscamos promover a autoaceitação, no sentido de que se sintam bem consigo mesmos, respeitando as diferenças e tornando a escola um lugar mais acolhedor.
Ao abordar e prevenir o bullying na escola, é possível criar um ambiente educacional mais inclusivo, seguro e propício ao aprendizado, além de formar cidadãos mais conscientes e respeitosos.
Acreditamos que, para que esse projeto seja um sucesso, a participação dos pais é essencial. Trabalhando juntos, criamos uma escola mais segura e acolhedora, promovendo uma cultura de respeito que pode ir muito além do combate e prevenção ao bullying simplesmente.
Convidamos todos vocês a se envolverem nesse processo. Conversar com seus filhos sobre o tema faz uma grande diferença. Juntos, garantimos que nossos alunos se sintam seguros e respeitados na escola.
Como nosso Programa Socioemocional e outros projetos contribuem para o cuidado diário da nossa saúde mental
Por Thaís Lima - Mestra em Gestão Educacional
Por Thais Rípoli Lima - Mestra em Gestão Educacional
Nossa equipe escolar é composta por um grupo de pessoas que tem muito claros nossos objetivos, todos recebem acompanhamento e treinamentos acerca de temas relacionados ao desenvolvimento socioemocional dos nossos estudantes. Realizamos encontros e reuniões ao longo do ano letivo, para planejar, discutir e organizar a implementação de vários projetos.
Dentre eles são importantes projetos que abordam o bullying, o respeito e o preconceito, eles são essenciais para criar uma cultura de inclusão e respeito na escola. O bullying, por exemplo, é um problema que pode ter graves consequências para a saúde mental dos estudantes, levando a sentimentos de isolamento, baixa autoestima entre outros. Ao implementar projetos que combatam o bullying e promovam a cultura do respeito, ajudamos a criar um ambiente onde todos os alunos se sintam valorizados e aceitos. Esses projetos também ensinam sobre a importância da diversidade e da empatia, ajudando os alunos a reconhecer e combater atitudes preconceituosas.
Em nosso colégio, o Programa Socioemocional Líder em Mim contribui com essas temáticas sempre que reforça os sete hábitos, que são a base do programa. Vamos relembrar: 1 - seja proativo, 2 - comece com um objetivo em mente, 3 - primeiro o mais importante, 4 - pense ganha - ganha, 5 - procure primeiro compreender e depois ser compreendido, 6 - crie sinergia e por último 7 - afine o instrumento.
Os três primeiros hábitos estão focados em desenvolver habilidades que fazem parte da vitória particular, ou seja, dentro de cada um de nós, para isso, preciso desenvolver meu autoconhecimento e autoestima, promovendo minha saúde mental. No estudo e prática destes hábitos, refletimos sobre a importância de ser proativo, e não depender de um estímulo externo para nos sentirmos bem e valorizados, bem como termos metas, mantendo-as sempre visíveis e aprendendo a começar pelo mais importante: nós mesmos.
Os três hábitos seguintes são focados na vitória pública, ou seja, o foco é o relacionamento com o outro. Se eu pensar de acordo com o ganha-ganha e buscar compreender antes de ser compreendido, terei empatia e resiliência, além de respeitar as diferenças e ideias dos outros, habilidades que são desafios diários para qualquer indivíduo. Além disso, criar sinergia é um caminho para que seja possível um ambiente coletivo saudável e seguro.
Por último, afinar o instrumento é a capacidade de cuidar do desenvolvimento contínuo de cada um desses hábitos durante toda a nossa vida, além disso, complementamos nosso trabalho preventivo com outros projetos mais específicos, a exemplo do Projeto antipreconceito e antibullying.
Assim como em vários outros, este projeto busca utilizar temas do cotidiano dos alunos, algo que eles gostem e se interessem como filmes ou séries que trabalhem a temática, cenas específicas são selecionadas e as situações tratadas são discutidas com os estudantes, com o objetivo de trazer à luz situações que podem estar acontecendo sem expor ninguém, refletimos sobre os conceitos que estão relacionados com a temática, qual é a postura esperada de cada de nós e as consequências de nossas ações. Com o objetivo de informar e formar cada um deles para que possam agir de maneira que esteja de acordo com nossa proposta, em que cada um tem o direito de se sentir seguro, fazer amigos, se divertir e se desenvolver.
Essa preocupação com a saúde mental e a inclusão nas escolas contribui significativamente para o desenvolvimento integral do indivíduo. O autocuidado emocional, promovido por esses programas e projetos, interfere positivamente no autoconhecimento e na autoestima dos alunos, permitindo que eles reconheçam suas próprias emoções, fortaleçam sua identidade e se sintam mais confiantes em suas habilidades. Isso, por sua vez, reflete-se diretamente na aprendizagem, uma vez que estudantes emocionalmente saudáveis tendem a ter melhor concentração, engajamento e desempenho acadêmico.
O foco na saúde mental melhora os relacionamentos sociais. Alunos que participam de programas socioemocionais aprendem a se comunicar de forma mais eficaz, a resolver conflitos de maneira pacífica e a se relacionar de maneira mais empática com os colegas. Isso contribui para um ambiente escolar mais cooperativo e menos competitivo, onde as relações são baseadas em respeito mútuo e apoio.
Esse é o ambiente que proporcionamos aos nossos estudantes. Estamos sempre aprendendo e fazendo um pouco melhor a cada dia.
Desejamos que todos consigam perceber a importância do cuidado com a saúde mental e que se sentirem que precisam de ajuda, não tenham dúvidas, procurem os profissionais especializados que poderão contribuir para sua recuperação.